CJMJ - Exercícios Romantismo 3º A e B


Bom dia queridos!
Seguem os exercícios de Romantismo para os 3º anos A e B.
Qualquer dúvida me avisem!


1. (Cesgranrio-RJ)
Pátria minha
"A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei [...]
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido
(auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contacto com a dor do tempo (...)
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez."
Vinicius de Moraes (trechos)
Apesar de modernista, Vinicius apresenta, no texto, características da estética romântica.
Assinale a única característica romântica NÃO presente nesse texto:
a) Preocupação com o eu-lírico, através da expressão de emoções pessoais.
b) Valoração de elementos da natureza, como forma de exaltação da terra brasileira.
c) Sentimentos de saudade e nostalgia, causados pela dor do exílio.
d) Preocupação social, através da menção a problemas brasileiros.
e) Abandono do ideal purista dos neoclássicos na prevalência do conteúdo sobre a forma.

Instrução: Esta crônica antecede de cerca de três anos o desfecho de Canudos, que seria assunto de Os Sertões, de Euclides da Cunha. Utilize-a para responder às questões 2, 3 e 4.
“22 de julho de 1894

Canção de piratas
Telegrama da Bahia refere que o Conselheiro está em Canudos com 2000 homens (dous mil homens) perfeitamente armados. Que Conselheiro? O Conselheiro. Não lhe ponhas nome algum, que é sair da poesia e do mistério. É o Conselheiro, um homem, dizem que fanático, levando consigo a toda a parte aqueles dous mil legionários. [...] Jornais e telegramas dizem dosClavinoteiros e dos sequazes do Conselheiro que são criminosos; nem outra palavra pode sair de cérebros alinhados, registrados, qualificados cérebros eleitores e contribuintes. Para nós, artistas, é a renascença, é um raio de sol que através da chuva miúda e aborrecida, vem dourar-nos a janela e a alma. É a poesia que nos levanta do meio da prosa chilra e dura deste fim de século. Nos climas ásperos, a árvore que o inverno despiu, é novamente enfolhada pela primavera, essa eterna florista que aprendeu não sei onde e não esquece o que lhe ensinaram. A arte é a árvore despida:eis que lhe rebentam folhas novas e verdes.
Sim, meus amigos. Os dous mil homens do Conselheiro, que vão de vila em vila, assim como os clavinoteiros de Belmonte, que se metem pelo sertão, comendo o que arrebatam, acampando em vez de morar, levando moças naturalmente, moças cativas, chorosas e belas, são piratas dos poetas de 1830. Poetas de 1894, aí tendes matéria nova e fecunda. Recordai vossos pais; cantai, como Hugo, a canção dos piratas:
[...]
O romantismo é a pirataria, é o banditismo, é a aventura do salteador que estripa um homem e morre por uma dama.
Crede-me, esse Conselheiro que está em Canudos com os seus dous mil homens, não é o que dizem telegramas e papéis públicos. Imaginais uma legião de aventureiros galantes, audazes, sem ofício nem benefício, que detestam calendário, os relógios, os impostos, as reverências, tudo que obriga, alinha e apruma. São homens fartos desta vida social e pacata, os mesmos dias, as mesmas caras, os mesmos acontecimentos, os mesmos delitos, as mesmas virtudes. Não podem crer que o mundo seja uma secretaria de Estado, com o seu livro do ponto, hora de entrada e de saída, e de desconto por faltas. O próprio amor é regulado por leis; os consórcios celebram-se por um regulamento em casa do pretor, e por um ritual na casa de Deus, tudo com etiqueta dos carros e casacas, palavras simbólicas, gestos de convenção. Nem a morte escapa à regulamentação universal; [...]. Os partidários do Conselheiro lembraram-se dos piratas românticos, sacudiram as sandálias à porta da civilização e saíram à vida livre.”
(ASSIS, Machado de. In: BOSI, Alfredo et al. 
Machado de Assis, Antologia e Estudos
. São Paulo: Ática, 1982.)

2. (IBMEC/SP) Ao comparar o Conselheiro e seus seguidores aos piratas das canções românticas, Machado de Assis
a) Desconsidera a importância da guerra dos Canudos.
b) Mostra-se mais compreensivo com os sertanejos, ao conferir-lhes uma feição idealizada.
c) Reforça, por meio da ironia, a visão negativa dos criminosos.
d) Ironiza a irrelevância da temática dos poetas românticos.
e) Reforça por meio da metáfora o primitivismo do Conselheiro e de seus seguidores.

3. (IBMEC/SP) O romantismo é a pirataria, é o banditismo, é a aventura do salteador que estripa um homem e morre por uma dama”.
Das características do Romantismo apontadas abaixo, assinale a que melhor explica a definição de Machado em sua crônica.
a) Busca de uma nova ordem social, moral, religiosa e econômica.
b) Busca das razões do coração em lugar do racionalismo.
c) Ênfase à vida sentimental, valorização do indivíduo.
d) Interesse pela religião, pela pátria e pela união entre as pessoas.
e) Anarquismo, interesse pelo exotismo e pela aventura.

4. (IBMEC/SP) Assinale o excerto de Os Sertões que apresenta características semelhantes às do herói romântico.
a) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado:mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris desnalgados, filhos encarapitados às costas. velhos, sem-número de velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante”.
b) “[...] o jagunço é tão inapto para apreender a forma republicana como a monárquico-constitucional. Ambas lhe são abstrações inacessíveis. É espontaneamente adversário de ambas. Está na fase evolutiva em que só é conceptível o império de um chefe sacerdotal ou guerreiro”.
c) “Paranóico indiferente, este dizer, talvez, mesmo não lhe possa ser ajustado inteiro. A regressão ideativa que patenteou, caracterizando-lhe o temperamento Vesânico, é certo, um caso notável de degenerescência, [...]”.
d) “[...] Espécie de grande homem pelo avesso, Antônio Conselheiro reunia no misticismo doentio todos os erros e superstições que formam o coeficiente de nossa nacionalidade[...]”.
e) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas:um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados”.

5.  O sofrimento amoroso é freqüente nas obras dos poetas românticos, como se pode observar abaixo
Se Se Morre de Amor!
"[...]
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!
[...]"
DIAS, Gonçalves. Poemas de Gonçalves Dias. São Paulo: Cultrix, [s.d.].
A característica que situa o fragmento dentro da poética romântica é
a) Evasão no espaço, transportando o eu-lírico para um lugar ideal, junto à natureza.
b) Forte subjetivismo, revelando uma visão pessimista da vida.
c) Idealização do amor, transcendendo os limites da vida física.
d) Realização de poemas lírico-amorosos, valorizando o idioma nacional.
e) Idealização da mulher, conduzindo o eu-lírico à depressão.

6. (UFV-MG) Leia com atenção o texto crítico de Antonio Candido:
“À maneira do Arcadismo, o Romantismo surge como movimento de negação; negação neste caso, e na literatura luso-brasileira, mais profunda e revolucionária, porque visava redefinir não só a atitude poética, mas o próprio lugar do homem no mundo e na sociedade. O Arcadismo se irmanava aos dois séculos anteriores pelo culto da tradição greco-romana; aceitava o significado literário da mitologia e da história clássica; aceitava a hierarquia dos gêneros [...]. Os românticos foram buscar nos países estranhos, nas regiões esquecidas e na Idade Média pretextos para desferir o vôo da imaginação.”
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira.
Belo Horizonte: Itatiaia, 1975. p. 23.
Com base nas informações contidas no fragmento acima. NÃO se pode dizer que o Romantismo:
a) Concebeu de maneira nova o papel do artista através de uma visão mais antropocêntrica.
b) Assimilou alguns valores árcades como o culto à tradição greco-romana e o retorno à história clássica.
c) Procurou fixar novos valores que dariam à literatura uma dimensão mais atuante e revolucionária.
d) Reestruturou a teoria clássica dos gêneros literários, quebrando a hierarquia existente e miscigenando as antigas formas.
e) Redimensionou o sentido da obra de arte a partir da liberdade e da imaginação, princípios estes que nortearam os passos do escritor romântico.

7. (UFV/MG) Leia a letra da composição musical abaixo, de Leoni, e considere as características a ela referentes, atribuindo V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
Garotos II: o outro lado
"Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações
Meninas são tão mulheres
Seus truques e confusões
Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos
Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo
E então são mãos e braços
Beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas e eu não sei o que faço
Aqui de palhaço, seguindo os seus passos
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos
Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só...
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos."
Leoni. EMI Music Brasil. Cd.
(  ) A presença de uma atitude sentimental, que faz com que a composição musical se assemelhe à temática amorosa da literatura romântica.
(  ) Uma atmosfera amorosa, marcada pela exploração da sensualidade e da idealização da mulher, tal como ocorre em muitas poesias do Romantismo.
(  ) A negação do romantismo, pois esse tipo de estado de espírito está exclusivamente ligado à literatura do século XIX.
A sequência CORRETA é:
a) V, V, F.

b) F, V, F.

c) F, F, V.

d) V, F, F.

e) F, F, F.

8. (UNIFESP/SP) Tema bastante recorrente nas literaturas românticas portuguesa e brasileira, o amor impossível aparece em personagens que encarnam o modelo romântico, cujas características são
a) O sentimentalismo e a idealização do amor.
b) Os jogos de interesses e a racionalidade.
c) O subjetivismo e o nacionalismo.
d) O egocentrismo e o amor subordinado a interesses sociais.
e) A introspecção psicológica e a idealização da mulher.

9. (PUC/PR/PAES-2006) Assinale o único item incorreto.
São características do Romantismo:
a) Tendência patriótica e nacionalista.
b) Exagero na emoção e no sentimento.
c) Preocupação formal.
d) Reação aos modelos clássicos.
e) Idealização.



10- (UEL/PR) A questão refere-se ao poema a seguir.
Leito de folhas verdes
“Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso Tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d'alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espera ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lagos ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
Arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!”
DIAS, Antônio G. Poesias completas.
Rio de Janeiro: Saraiva, 1957. p. 505-506.
Sobre o poema anterior, considere as afirmativas a seguir.
I. As marcas românticas do poema ficam evidentes na exaltação da atitude heróica do índio, sempre disposto a partir para as batalhas grandiosas, ainda que tenha que ficar longe da amada.
II. Apresenta traços em comum com as cantigas de amigo trovadorescas, a saber: o sujeito lírico é feminino e canta a ausência do amado, que está distante.
III. Em todo o poema a transformação da natureza revela a passagem das horas, marcando com isso a angústia do sujeito lírico pela espera de seu amado, a exemplo do que ocorre com os versos “Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco” e “Do tamarindo a flor jaz entreaberta”.
IV. É possível observar, no poema, a ocorrência de momentos marcados pela ilusão da chegada do amado, como em “Eu sob a copa da mangueira altiva/Nosso leito gentil cobri zelosa”; e, por fim, um momento de clara desilusão: “Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil/A brisa da manhã sacuda as folhas!”
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

11. (Mackenzie/SP) No poema I-Juca-Pirama, um velho timbira conta a história de um índio tupi, prisioneiro de sua tribo, que, na iminência de ser sacrificado, pede clemência pelo fato de seu pai, cego, o estar aguardando na floresta. Assim, consegue a liberdade. Ao saber que seu filho chorara diante da morte, o pai o amaldiçoa e volta com ele à tribo inimiga, onde, repentinamente, é ouvido o grito de guerra do jovem que se põe a lutar contra todos. Demonstrada sua bravura, é reconhecido como guerreiro ilustre e acolhido novamente pelo pai, que chora lágrimas “que não desonram”.
Leia alguns versos desse poema de Gonçalves Dias.
01 “Tu, cobarde, meu filho não és.”
02 Isto dizendo, o miserando velho
03 A quem Tupã tamanha dor, tal fado
04 Já nos confins da vida reservara,
05 Vai com trêmulo pé, com as mãos já frias
06 Da sua noite escura as densas trevas
07 Palpando. — Alarma! Alarma! — O velho pára.
08 O grito que escutou é voz do filho,
09 Voz de guerra que ouviu já tantas vezes
10 Noutra quadra melhor.
Nos versos transcritos,

a) A fala do pai renegando o filho antecede a descrição da figura do ancião, cuja fraqueza moral (caracterizada nos versos 03 e 04) é atribuída à súplica indigna do filho.
b) A caracterização dos indígenas é feita não só pela voz que está narrando os fatos, como também pelo discurso direto das próprias personagens.
c) O segmento Vai com trêmulo pé, com as mãos já frias/Da sua noite escura as densas trevas/Palpando constitui uma metáfora da morte do ancião.
d) Ocorrem duas distintas formas de se citarem palavras, mas as aspas denotam também que a fala é autoritária e agressiva.
e) Tem-se um exemplo de poema lírico, no qual o eu que se expressa, falando sempre de si mesmo, comunica a intensa dor.

12. (UFPE)
“Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá”
Do poema Canção do Exílio, do romântico Gonçalves Dias, resultou uma série de paráfrases e paródias de poemas que cantam as saudades da terra. Uma delas foi a de Chico Buarque, da qual se apresenta um fragmento a seguir:
Sabiá
“Vou voltar ainda vou voltar para meu lugar
E é ainda lá que eu hei de ouvir cantar uma sabiá...
Vou deitar á sombra de uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá...”
Considerando as semelhanças e diferenças entre os dois poemas, assinale a alternativa incorreta.
a) O primeiro poema, representando o Romantismo, apresenta uma visão otimista da pujança da natureza brasileira, enquanto o segundo, representando o Modernismo, atualiza criticamente o dito e expressa a consciência pessimista das carências e da destruição da natureza na terra natal.
b) Gonçalves Dias descreve a sua terra com formas verbais no tempo presente; Chico Buarque o faz numa tensão entre o futuro e o presente, que se mostra negativo.
c) Em ambos os poemas, o advérbio lá refere-se a um lugar de que estão distantes as vozes eu poético.
d) A musicalidade dos versos, a rima, a métrica o sentimento de perda que compõem a poesia saudosista do Romantismo são retomados nos versos de Chico Buarque.
e) Assim como o texto atual, os versos do poeta maranhense fazem apologia da infância, dos amores vividos e das belezas naturais de seu país, preservadas pela ação dos nativos.

13. (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue.
Canção do Exílio
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
Para responder à questão, analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto.
I. Através do texto, o poeta realiza uma viagem introspectiva a sua terra natal idéia reforçada pelo emprego do verbo “cismar”.
II. A exaltação à pátria perdida se dá pela referência a elementos culturais.
III. “Cá” e “lá” expressam o local do exílio e o Brasil, respectivamente.
IV. O pessimismo do poeta, característica determinante do Romantismo, expressa-se pela saudade da sua terra.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas
A) a I e a II, apenas.
B) a I e a III, apenas.
C) a II e a IV, apenas.
D) a III e a IV, apenas.
E) a I, a II, a III e a IV.

14 (Unifap)
Leia os textos a seguir:
Seus olhos
“Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
        De vivo luzir,
Estrela incertas, que as águas dormentes
        Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
        Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
        Quebrando a solidão,
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
        De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
        Brincando a sorrir.”
Gonçalves Dias
Índia
“Índia seus cabelos nos ombros caídos
negros como a noite que não tem luar
seus lábios de rosa para mim sorrindo
e a doce meiguice desse seu olhar
Índia da pele morena, sua boca pequena eu
quero beijar
Índia, sangue tupi, tem o cheiro da flor
Vem, que eu quero te dar
Todo meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
e chegar a hora de dizer adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
deixa os meus lábios se unirem aos seus
Índia levarei saudade da felicidade que você me deu
Índia, a sua imagem
sempre comigo vai
Dentro do meu coração, flor do meu Paraguai.
J. A.Flores, M. O. Guerreiros e José Fortuna.
Ao confrontarmos os dois textos, é possível afirmar que
(A) Somente no primeiro texto percebe-se o apego às coisas da natureza, traço que marcou a produção literária da segunda metade do século XIX.
(B) Nos dois textos verifica-se a idealização da mulher, uma das características que marcou a produção romântica nacional.
(C) Os dois excertos narram o lamento de uma mestiça desprezada tanto pelos índios como pelos brancos.
(D) Nos dois textos percebe-se a presença do amor platônico que faz o eu-lírico sofrer.
(E) Nos dois textos destaca-se a idealização do índio, aspecto importante para a estética romântica.

Marabá
"Eu vivo sozinha; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupá?
Se algum dentre os homens de mim não se esconde
— “Tu és”, me responde,
“Tu és Marabá!”
Meus olhos são garços, são cor das safiras,
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
Imitam as nuvens de um céu anilado,
As cores imitam das vagas do mar!
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
— 'Teus olhos são garços',
Responde anojado, 'mas és Marabá:
'Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,
'Uns olhos fulgentes,
'Bem pretos, retintos, não cor d' anajá!'
É alvo meu rosto da alvura dos lírios,
Da cor das areias batidas do mar;
As aves mais brancas, as conchas mais puras
Não têm mais alvura, não têm mais brilhar.
Se ainda me escuta meus agros delírios:
— ' És alva de lírios',
Sorrindo responde, 'mas és Marabá:
'Quero antes um rosto de jambo corado,
'Um rosto crestado
'Do sol do deserto, não flor de cajá.'
Meu colo de leve se encurva engraçado,
Como hástea pendente do cáctus em flor;
Mimosa, indolente, resvalo no prado,
Como um soluçado suspiro de amor!
— 'Eu amo a estatura flexível, ligeira,
Qual duma palmeira',
Então me respondem; 'tu és Marabá:
Quero antes o colo da ema orgulhosa,
Que pisa vaidosa,
Que as flóreas campinas governa, onde está.'
Meus loiros cabelos em ondas se anelam,
O oiro mais puro não tem seu fulgor;
As brisas nos bosques de os ver se enamoram,
De os ver tão formosos como um beija-flor!
Mas eles respondem : — Teus longos cabelos,
'São loiros, são belos,
Mas são anelados; tu és Marabá;
Quero antes cabelos bem lisos, corridos,
Cabelos compridos,
Não cor d'oiro fino, nem cor d'anajá.'
E as doces palavras que eu tinha cá dentro
A quem nas direi?
O ramo d'acácia na fronte de um homem
Jamais cingirei:
Jamais um guerreiro da minha arazóia
Me desprenderá:
Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,
Que sou Marabá!"
Gonçalves Dias
15. (UNIRIO/RJ) Após leitura, análise e interpretação do poema Marabá, algumas afirmações como as seguintes podem ser feitas, com exceção de uma. Indique-a.
a) O poema se inicia com uma pergunta de ordem religiosa e termina com uma consideração de aspecto sensual.
b) O poema é um profundo lamento construído com base na estrutura dialética, apresentando-se argumentação e contra argumentação.
c) Ocorre interlocução registrada em discurso direto, estrutura que enfatiza assim o desprezo preconceituoso dado à Marabá.
d) A ocorrência de figuras de linguagem e o emprego da primeira pessoa marcam, respectivamente, as funções da linguagem poética e emotiva.
e) Marabá é poema representante da primeira fase que cultua o aspecto físico da mulher.

16. (UNIRIO/RJ) A unidade dramática vivenciada pelo eu-lírico no poema Marabá concentra-se em
a) Tristeza e compreensão.
b) Aflição e frustração.
c) Amargura e comedimento.
d) Indignação e passividade.
e) Decepção e aceitação.

17. (UFAC-2007)A poesia Romântica desenvolveu-se em três gerações: Nacionalista ou Indianista, do Mal-do-século e Condoreira. O Indianismo de nossos poetas românticos é:
a) um meio de reconstruir o grave perigo que o índio representava durante a instalação da Capitania de São Vicente.
b) um meio de eternizar liricamente a aceitação, pelo índio, da nova civilização que se instalava.
c) uma forma de apresentar o índio como motivo estético; idealização com simpatia e piedade; exaltação de bravura, heroísmo e de todas as qualidades morais superiores.
d) uma forma de apresentar o índio em toda a usa realidade objetiva; o índio como elemento étnico da futura raça do Brasil.
e) um modelo francês seguido no Brasil; uma necessidade de exotismo que em nada difere do modelo europeu.

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